Transmissões de dupla embreagem Volkswagen e Audi
Você pode ter ouvido o termo “DSG” ou “DCT” sendo usado ao
se referir às transmissões Volkswagen/Audi. DSG, que significa “caixa de
câmbio direta”, é o termo de marketing usado pela VW/Audi para sua transmissão
de dupla embreagem (DCT). Em termos simples, este tipo de transmissão é
composto por duas transmissões manuais separadas dentro de uma única caixa,
cada uma controlada eletronicamente e/ou hidraulicamente.
Há uma série de vantagens neste tipo de transmissão, mas a
mais importante é esta: Seus clientes provavelmente não sabem que seu DCT(transmissão)
é diferente de uma transmissão automática típica. Quando tudo está
funcionando como deveria, o DCT deve funcionar perfeitamente durante a condução
diária.
Construção
É nosso trabalho como técnicos entender como essas
transmissões funcionam, como diagnosticar possíveis problemas e como fazer
reparos. Vamos começar com uma breve visão geral dos componentes internos
( figura 1 ).
Figura
1
Um veículo equipado com DCT terá um volante que se encaixa
no eixo de entrada da transmissão e é engatado pela dupla embreagem. Como
o nome sugere, a dupla embreagem contém duas embreagens separadas: K1 e
K2. Essas embreagens podem ser de design úmido ou seco, dependendo da
aplicação, mas são sempre acionadas hidraulicamente. Cada embreagem engata
um eixo de entrada concêntrico separado; isso significa que um eixo de
entrada se encaixa no outro. O primeiro pacote de embreagem controla as
marchas ímpares. O segundo pacote de embreagem controla as marchas pares (figura
2).
Figura
2
A unidade mecatrônica combina a unidade de controle
eletrônico e a unidade de controle eletro-hidráulica em um único componente e
controla todas as funções de transmissão. A unidade mecatrônica possui um
circuito de óleo próprio, que é independente do circuito de óleo da transmissão
mecânica. Isso significa que qualquer material estranho potencial que
possa estar presente na transmissão mecânica não pode entrar na unidade
mecatrônica. O óleo deste circuito pode ser diferente do óleo utilizado
dentro da transmissão mecânica devido aos requisitos específicos da unidade
mecatrônica (figura 3).
Figura
3
Problemas/falhas
comuns
Os DCTs provaram ser bastante confiáveis ao longo dos
anos. Mas, como todos sabemos, qualquer produto produzido em massa pode
apresentar algumas falhas ou vulnerabilidades comuns ao longo do
tempo. Aqui estão alguns problemas potenciais que você deve estar atento
sempre que fizer a manutenção de um veículo equipado com DCT. Lembre-se
sempre de começar verificando as informações de serviço do OEM e os
TSBs. Estes são provavelmente o seu melhor recurso para possíveis
soluções/correções.
Provavelmente é seguro dizer que o inimigo número um do DCT
é a falta de manutenção ou manutenção inadequada. Se os clientes não
seguirem o cronograma de manutenção, o óleo se desgastará ou ficará contaminado
com detritos. Quando isso acontece, tudo pode ir por água abaixo rapidamente.
A manutenção inadequada pode significar uma série de
coisas. O enchimento excessivo ou insuficiente do óleo causará problemas
hidráulicos e reclamações de dirigibilidade. Usar o tipo ou grau de óleo
errado em um veículo equipado com DCT também é um problema. O óleo é
formulado especificamente para atender às necessidades específicas da
aplicação. Nunca substitua um tipo diferente de óleo, a menos que o OEM
tenha especificado que é aceitável (figura 4).
Figura
4
O óleo DCT pode estar contaminado por fontes
externas. A maioria dos DCTs possui uma unidade de resfriamento montada na
parte externa do gabinete. Esses resfriadores usam líquido de
arrefecimento do motor para controlar a temperatura do óleo DCT. Se as
vedações falharem entre o arrefecedor e a transmissão, o óleo da transmissão e
o líquido arrefecedor podem se misturar.
Finalmente, os componentes elétricos dentro do DCT podem
ser a fonte de problemas. A unidade de controle de transmissão (TCU)
depende muito de dados de vários sensores dentro do DCT. Um sensor com
falha pode causar uma série de problemas de dirigibilidade, como mudanças
bruscas, estremecimento ou luzes de aviso acesas no painel.
Preocupações
do cliente
A preocupação mais comum do cliente é a baixa qualidade de
troca das marchas. Eles podem falar sobre as mudanças que parecem
desajeitadas, ásperas, duras ou difíceis. As causas potenciais incluem,
mas não estão limitadas a, bateria de 12V com defeito, aplicação inconsistente
do acelerador pelo motorista, componentes de transmissão desgastados, software
desatualizado ou serviço recente.
Uma bateria que está perto do fim de sua vida útil pode
causar problemas elétricos. Isso pode fazer com que a TCU ou a unidade
Mecatrônica se comportem de forma irregular, causando trocas de marcha ruins.
A aplicação inconsistente do acelerador pode “confundir” a
unidade mecatrônica e a TCU, resultando em qualidade de mudança
irregular. Isso não é uma indicação de falha; é simplesmente uma
peculiaridade do sistema devido ao modo como o DCT funciona.
Eixos da transmissão empenado, tulipa da trizeta desgastadas,
rolamentos de roda, suportes de motor e transmissão podem causar ruídos e/ou
vibrações. Todos esses componentes devem ser inspecionados e reparados se
apresentarem sinais de desgaste ou danos (figura 5).
Figura
5
A programação do módulo desatualizada ou incorreta pode
resultar em qualidade de mudança esporádica. Isso ilustra novamente a
importância de fazer referência às informações de serviço do OEM. Você
pode não perceber que uma simples atualização de software pode resolver todo o
problema.
Se o veículo estiver em serviço recentemente, isso pode
inadvertidamente causar uma preocupação de mudança. Se a bateria tivesse
sido substituída recentemente, todas as adaptações ECU/TCU teriam sido apagadas. Isso
significa que o TCU precisará concluir um procedimento de reaprendizagem e a
qualidade das trocas de marchas pode sofrer nesse meio tempo. Por outro
lado, conexões elétricas corroídas também podem causar estragos no sistema
elétrico do veículo.
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