O teste de stall é um procedimento técnico fundamental e amplamente utilizado no diagnóstico de transmissões automáticas. Ele permite avaliar o desempenho do conversor de torque, a interação entre o motor e o sistema de transmissão, e ajuda a verificar possíveis deslizamentos internos da transmissão.
Embora o teste de stall seja simples de executar, ele exige atenção rigorosa. Quando realizado corretamente, este procedimento fornece informações valiosas sobre o estado do motor (torque), do conversor de torque e do sistema hidráulico da transmissão.
O principal objetivo do teste de stall é determinar se o conversor de torque está transferindo corretamente a força do motor para a transmissão. Trata-se de uma etapa importante no diagnóstico de problemas de desempenho em veículos automáticos.
Através deste procedimento, é possível identificar diversas falhas que afetam a performance do veículo e a integridade da transmissão, tais como:
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O teste envolve a aceleração total do motor com o veículo parado e o freio acionado simultaneamente, o que gera esforços significativos e altas temperaturas sobre os componentes internos da transmissão. Por isso, a segurança e a preparação são cruciais.
Antes de iniciar o procedimento, é fundamental garantir que o fluido ATF (Automatic Transmission Fluid) esteja no nível correto e na temperatura de operação. A temperatura ideal geralmente se encontra entre 70 °C e 90 °C.
O veículo deve ser colocado em um local seguro, com o freio de estacionamento aplicado e as rodas devidamente calçadas. É igualmente importante desativar os sistemas de controle de tração, pois eles podem interferir na leitura correta dos resultados.
Com o motor aquecido e todas as condições verificadas, o técnico deve seguir estes passos:
Durante a aceleração total, deve-se observar o valor máximo de rotação atingido, que é conhecido como velocidade de stall ou stall speed. Este número representa o ponto em que o conversor de torque alcança o máximo de multiplicação de torque com o veículo parado.
Importante: O tempo de teste nunca deve ultrapassar quatro segundos. O aquecimento excessivo do fluido em testes prolongados ou repetidos pode causar danos sérios e permanentes à transmissão. Assim que a leitura for feita, o acelerador deve ser solto imediatamente e o motor deixado em marcha lenta, ou o veículo deve ser dirigido brevemente para que a temperatura do fluido volte a níveis normais.
A interpretação dos resultados do teste de stall deve ser feita rigorosamente com base nas especificações do fabricante do veículo.
Em termos de referência, a velocidade de stall varia conforme o tipo de veículo:
| Resultado da Rotação (Stall Speed) | Possíveis Indicações de Falha |
|---|---|
|
Dentro da faixa recomendada |
O sistema de transmissão e o motor estão funcionando adequadamente. |
| Abaixo do esperado
|
Baixa potência do motor, falhas de ignição, mistura de combustível incorreta, restrição no sistema de escape ou um conversor defeituoso. |
| Acima do normal
|
Possibilidade de deslizamento no conversor, vazamentos internos nas embreagens ou baixa pressão hidráulica (indicando necessidade de reparos imediatos). |
| Presença de Vibrações
|
Sinais de alerta que podem sugerir desequilíbrio no conversor ou falhas nos suportes do motor e da transmissão. |
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O teste de stall é uma ferramenta prática, rápida e extremamente útil para o diagnóstico inicial de transmissões automáticas. Ele faz parte do Diagnóstico Preliminar das transmissões automáticas.
Quando aplicado com técnica e conhecimento em uma oficina especializada em transmissões automáticas, ele permite ao reparador identificar com precisão se o problema reside no motor, no conversor de torque ou no conjunto hidráulico da transmissão.
É crucial lembrar que o teste de stall nunca deve ser realizado com o fluido frio ou repetido várias vezes consecutivas. Além disso, ele deve ser sempre interpretado em conjunto com outros testes, como a leitura de parâmetros via scanner e testes dinâmicos em estrada, garantindo assim um diagnóstico completo e confiável. Este procedimento é essencial na rotina de oficinas especializadas, contribuindo diretamente para a eficiência, segurança e qualidade do serviço prestado.
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