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OS CARROS MODERNOS POSSUEM ESTRUTURAS REFORÇADAS


Os carros modernos possuem estruturas reforçadas e dificilmente terão seu tanque perfurado em um acidente – o risco de explosão em
uma colisão mais violenta ainda existe, claro, mas é bem menor do que há
algumas décadas.
Um exemplo disso é o Ford Pinto. O compacto lançado em 1971 como modelo de
entrada da marca foi alvo de polêmica por conta dos casos de ruptura do tanque
de combustível em colisões traseiras desde o início das vendas, e uma
investigação do governo dos EUA e dos órgãos de defesa do consumidor. O tanque
ficava posicionado de lá para cá, a evolução dos automóveis deu conta de
mitigar este tipo de problema – por exemplo, colocando o tanque de combustível
à frente do eixo traseiro, longe das zonas de impacto. Mas ela também trouxe
problemas novos.

É o caso dos carros elétricos, por exemplo. Eles não têm tanques de
combustível, obviamente, mas… eles têm baterias e cabos que, dependendo das
circunstâncias, de fato podem eletrocutar os passageiros, caso a corrente
elétrica chegue ao monobloco e/ou à carroceria. Sim, esta ideia é assustadora.
Mas as fabricantes já estão tratando de resolver este problema a fim de evitar
controvérsias como a do Ford Pinto. Afinal, os padrões de segurança são muito
mais rígidos hoje em dia do que há quatro ou cinco décadas, e as informações se
disseminam instantaneamente.

Mas afinal, o que acontece quando você bate em um carro elétrico?
Diferentemente do que ocorre com um carro a combustão, os elétricos trazem a
localização das baterias mais ou menos padronizada: como elas ainda pesam
muito, seu posicionamento lógico é sob o assoalho, de modo a não ocupar espaço
e a manter o centro de gravidade do carro o mais baixo possível. As baterias em
si não representam risco – elas são bastante estáveis, e a maioria dos órgãos
de segurança automotiva concordam que, no evento de uma colisão, o risco de uma
explosão ocasionada pela bateria é pequeno.

Isto não quer dizer, porém, que uma bateria não possa vazar e ocasionar um
incêndio.

Em
países onde os elétricos são mais populares, corpos de bombeiros e equipes de
salvamento em geral já recebem treinamento específico para lidar com incêndios
e gases produzidos pela descarga rápida das baterias, e com vazamento de
componentes químicos de dentro delas. O fluido de íon de lítio, ao contrário do
chumbo, é altamente inflamável.


O problema está na fiação – os cabos podem se romper e espalhar uma corrente
elétrica de alta tensão pela estrutura do carro, ou até mesmo atingir um
eventual vazamento do fluido sobre o asfalto.

Em 2011, quando havia acabado de lançar o Chevrolet Volt, a General Motors
tomou providências para reduzir os riscos de choque elétrico – tanto para os
ocupantes dos carros quanto para as equipes de salvamento: os cabos de alta
tensão foram revestidos com uma cor específica (laranja), para tornar sua
identificação mais imediata, bem como os pontos de ligação entre o motor e a
bateria, para que a conexão entre as duas partes seja eliminada o mais rápido
possível. A GM também promoveu treinamentos intensivos aos profissionais de
salvamento, incluindo até mesmo instruções sobre onde cortar o carro de forma
segura para retirar de dentro dele as vítimas de acidentes.

Ainda assim, há quem esteja disposto a tornar os elétricos
ainda mais seguros. Recentemente, a Bosch apresentou um sistema que promete
eliminar os riscos de choque em um carro elétrico acidentado. Como? Usando
explosões.

Claro, não estamos falando das explosões que se quer evitar em uma colisão
grave, mas sim de pequenas explosões controladas, cujo objetivo é interromper
de forma física a conexão entre as baterias e o motor elétrico.

Estas explosões serão causadas por dispositivos
semicondutores chamados piro fusíveis. Eles já existem, na verdade, e são
usados por fabricantes como a Tesla e a BMW para aumentar a segurança de
modelos híbridos e elétricos. Atualmente, os sistemas anti curto-circuito atuam
com uma pequena guilhotina que, através de um impulso elétrico, literalmente
corta o cabo no qual está instalado. O impulso é liberado pelo sensor dos
airbags, ao mesmo tempo em que os mesmos, atuando em milissegundos.

A ideia da Bosch é aumentar a eficiência usando
piro fusíveis – em vez de uma guilhotina uma série de mini-explosões controladas
trata de romper os cabos de alta tensão. O piro fusível é menor que os
dispositivos atuais, com o tamanho de uma unha, e pode ser instalado em
qualquer carro híbrido ou elétrico. De acordo com a Bosch, a separação entre as
metades do cabo rompido é maior do que com uma mini-guilhotina, e também é mais
rápido e confiável.




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